A Reforma Tributária está em fase de regulamentação e traz mudanças profundas no modelo de arrecadação brasileiro.
Entre as principais novidades estão três novos tributos que são a CBS, IBS e IS, que prometem simplificar a cobrança de impostos sobre o consumo e tornar o modelo mais transparente.
Neste artigo, explicamos as mudanças trazidas pela criação desses tributos, os impostos que deixarão de existir e como as empresas podem se preparar para o novo cenário tributário.
O que são CBS, IBS e IS e por que foram criados
A CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) substituem os tributos atuais sobre o consumo e compõem um novo modelo de IVA (Imposto sobre Valor Agregado), já adotado em diversos países.
A CBS será federal e administrada pela Receita Federal, unificando PIS e Cofins. Já o IBS será estadual e municipal, reunindo ICMS e ISS em um único imposto compartilhado.
Com isso, o sistema tributará cada produto ou serviço uma única vez, no destino final do consumo, eliminando a cobrança fragmentada em cada etapa da cadeia produtiva.
O IS (Imposto Seletivo), por sua vez, será um tributo com função regulatória, aplicado sobre bens e serviços que causem impactos negativos à saúde ou ao meio ambiente como cigarros, bebidas alcoólicas, combustíveis fósseis e produtos poluentes.
A criação desses três tributos tem como objetivo simplificar a estrutura tributária, reduzir a cumulatividade e aumentar a transparência na arrecadação, facilitando o cumprimento das obrigações fiscais pelas empresas.
Quais tributos serão substituídos
Com essa criação, a Reforma Tributária promove a substituição de cinco tributos atuais sobre o consumo.
O objetivo é unificar regras e bases de cálculo hoje fragmentadas entre União, Estados e Municípios.
Veja como ficará a equivalência:
| Antes da Reforma | Depois da Reforma | Abrangência |
| PIS e Cofins | CBS | Federal |
| ICMS e ISS | IBS | Estadual e Municipal |
| IPI (em parte) | IS | Federal (regulatório) |
A mudança busca eliminar sobreposições e disputas de competência, além de reduzir o efeito em cascata de impostos cobrados em diferentes etapas da cadeia.
Para as empresas, o novo sistema traz mais simplicidade na apuração, mas exige ajustes nos processos e sistemas de gestão fiscal, pois as bases de cálculo e os créditos tributários seguem agora um padrão único.
Impactos da Reforma Tributária nas empresas
A unificação dos tributos sobre o consumo vai alterar a forma como as empresas apuram, registram e compensam créditos tributários.
Com a CBS e o IBS, o modelo funciona como um IVA pleno. Cada empresa pode abater totalmente o imposto pago nas etapas anteriores da cadeia.
Na prática, isso tende a reduzir a litigiosidade e trazer mais previsibilidade nas operações, mas também exigirá adaptação de sistemas e controles fiscais.
Empresas que atuam em vários estados sentirão mais impacto, pois o IBS será recolhido no destino, mudando o fluxo de caixa e o pagamento do tributo.
Outro ponto de atenção é o período de transição, previsto para ocorrer entre 2026 e 2033, quando os tributos antigos e os novos coexistirão.
Durante esses anos, as empresas precisarão acompanhar as duas sistemáticas de cálculo, exigindo atenção redobrada na conciliação de dados e na apuração de créditos.
Como se preparar para as novas regras fiscais
A transição para o novo modelo exige planejamento. O primeiro passo é revisar o planejamento tributário e mapear como a substituição dos tributos vai afetar cada operação, especialmente em empresas com filiais em diferentes estados ou que atuam em cadeias longas de produção.
As empresas precisarão atualizar seus sistemas de ERP e gestão fiscal para aplicar as novas regras de cálculo da CBS, IBS e IS, incluindo créditos, alíquotas e incidências.
Essa atualização antecipada reduz o risco de inconsistências e garante que a empresa esteja pronta quando os novos tributos entrarem em vigor.
Contar com consultorias especializadas e ferramentas de automação tributária será essencial para acompanhar as mudanças de forma segura.
Além de apoiar na adaptação técnica, essas soluções permitem auditar as operações, simular cenários e garantir conformidade fiscal ao longo da transição.
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