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Inventário físico de ativo fixo minimiza possibilidadede ocorrências de erros e fraudes na empresa

Esta prática é essencial para a gestão eficiente, permitindo que as empresas mantenham controle sobre bens e recursos. Para garantir a precisão e a eficácia desse processo, é fundamental desenhar, estruturar e implementar políticas claras e bem-definidas.

Isso envolve a criação de diretrizes que regulem como o inventário deve ser conduzido, desde a identificação e catalogação dos ativos até a verificação e documentação dos dados coletados.

Para começar, o plano de inventário deve considerar a necessidade de desenvolver procedimentos detalhados que possam ser facilmente seguidos por todos os membros da equipe.

Uma política bem estruturada minimiza erros e fraudes, além de fornecer uma base sólida para a tomada de decisões estratégicas. A implementação dessas políticas deve ser acompanhada de treinamentos para os funcionários, garantindo que todos estejam alinhados com os objetivos e procedimentos estabelecidos.

Além disso, a utilização de tecnologias como sistemas de gestão de ativos e dispositivos de identificação por radiofrequência (RFID) pode aumentar a eficiência e a precisão do inventário.

É importante destacar que a política de inventário deve ser revisada periodicamente para se adaptar às mudanças nas operações da empresa e nas regulamentações governamentais. Isso assegura que o processo de inventário continue relevante e eficaz.

A política também deve incluir procedimentos para lidar com ativos obsoletos ou inutilizados, bem como a metodologia para a avaliação dos ativos, garantindo que os valores refletidos nos registros contábeis sejam precisos e atualizados.

Acompanhamento

Uma vez que a política e o processo de inventário estejam estabelecidos, o próximo passo é acompanhar a realização do inventário. Esta fase é crucial para assegurar que os procedimentos sejam seguidos corretamente e que os dados coletados sejam precisos e confiáveis. O acompanhamento pode incluir a supervisão direta da equipe de inventário, a realização de auditorias periódicas e a revisão dos relatórios gerados.

A supervisão envolve a verificação contínua dos ativos, garantindo que todas as entradas e saídas estejam devidamente registradas. Isso não apenas melhora a precisão do inventário, mas também facilita a identificação e a correção de possíveis discrepâncias ou problemas de forma proativa. A transparência e a comunicação constante entre os supervisores e a equipe são essenciais para o sucesso desta etapa.

O acompanhamento deve incluir a avaliação de desempenho dos processos de inventário e a identificação de áreas que possam ser melhoradas. A implementação de um sistema de feedback pode ser benéfica, pois permite que os funcionários compartilhem experiências e sugestões. Este processo colaborativo melhora o moral da equipe, estimulando inovações que aumentam a eficiência e a precisão do inventário.

Realização

Finalmente, a realização do inventário propriamente dito demanda dezenas de horas, dependendo da complexidade e da extensão dos ativos a serem inventariados. Esta fase envolve a contagem física e a verificação dos ativos fixos, comparando os dados coletados com os registros existentes para identificar qualquer discrepância. Os resultados influenciam diretamente as demonstrações financeiras e a gestão de recursos da empresa.

O processo de inventário deve ser conduzido de maneira meticulosa e sistemática, utilizando listas de verificação e ferramentas de rastreamento para garantir que todos os ativos sejam contabilizados.

A integração de tecnologias modernas, como scanners de código de barras e sistemas de software de inventário, certamente vai facilitar a coleta e a análise de dados, tornando o processo mais eficiente e menos suscetível a erros humanos.

Durante a realização do inventário, é importante documentar todas as etapas do processo, incluindo as metodologias utilizadas e quaisquer problemas encontrados. Essa documentação serve como um registro valioso para futuras auditorias e revisões, além de fornecer insights para a melhoria contínua do processo de inventário.

Benefícios

A realização de um inventário físico de ativo fixo traz diversos benefícios para a empresa. Entre os principais, destacam-se:

Transparência e controle: um inventário bem-executado oferece uma visão clara e precisa dos ativos da empresa, facilitando o controle e a gestão eficiente dos recursos.

Redução de custos: ao identificar ativos subutilizados ou obsoletos, a empresa pode tomar medidas para otimizar o uso dos recursos, reduzindo custos operacionais.

Tomada de decisões informadas: com dados precisos sobre os ativos, os gestores podem adotar planos estratégicos mais embasados, aumentando a eficácia das operações e investimentos.

Compliance: um inventário preciso ajuda a garantir que a empresa esteja em conformidade com as regulamentações contábeis e fiscais, evitando possíveis penalidades e problemas legais.

Prevenção de fraudes: a verificação regular dos ativos minimiza o risco de fraudes e desvios, protegendo os recursos da companhia.

O inventário físico de ativo fixo é uma atividade fundamental para a gestão eficiente dos recursos empresariais. A criação e implementação de políticas claras, a supervisão rigorosa do processo e a execução precisa de todo processo são etapas indispensáveis para garantir a integridade dos dados e a eficiência operacional.

Empresas que investem no aperfeiçoamento contínuo de seus processos de inventário tendem a alcançar maior transparência, controle e capacidade de tomada de decisões estratégicas, consolidando-se como líderes em seus setores.

A adoção de tecnologias avançadas e a promoção de uma cultura de melhoria contínua são passos essenciais para otimizar o processo de inventário. Com uma abordagem robusta e detalhada, as empresas podem maximizar os benefícios do inventário físico de ativo fixo, garantindo a sustentabilidade e o crescimento a longo prazo.






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Revolução 4.0

Tecnologia: como as inovações afetam as relações trabalhistas?

O mundo do trabalho está em transformação. O que antes parecia um cenário distante de ficção científica, agora se desenha como uma realidade iminente, impulsionada pela inteligência artificial (IA) e outras tecnologias disruptivas.

Este panorama coloca líderes empresariais e tomadores de decisões em uma encruzilhada crítica: adaptar-se e liderar a mudança ou assistir passivamente a uma reconfiguração massiva do mercado de trabalho.

Há menos de duas décadas, a expansão dos serviços de motoentrega e aplicativos de transporte já deixava claro como significaria a migração de profissionais de setores tradicionais, como metalúrgicos, bancários e estivadores, para novos nichos.

Hoje, a mesma tecnologia que criou essas oportunidades começa a ameaçá-las. A ascensão dos carros autônomos, por exemplo, levanta uma questão perturbadora: o que acontecerá com taxistas e motoristas de aplicativos quando esses veículos dispensarem a necessidade de um condutor humano?

Nos supermercados, por exemplo, é cada vez mais comum surgirem caixas de autoatendimento. Se agora parte dos operadores está somente orientando os clientes a realizarem o serviço que antes lhes cabiam, em breve, essa mão de obra deverá ser ou remanejada para outras áreas, ou simplesmente dispensada.

Tal movimento não se restringe aos setores de transportes e varejista. A adoção crescente de plataformas de desenvolvimento de softwares low-code e no-code, que permitem a criação de aplicações por usuários sem conhecimento técnico profundo, ainda coloca em risco os empregos de desenvolvedores de software.

Afinal, quando qualquer pessoa pode criar um programa, a demanda por profissionais altamente qualificados nesse campo diminui, potencialmente levando ao desemprego tecnológico.

As mudanças também chegaram a outros segmentos do mercado de trabalho. Instituições de ensino superior estão enfrentando um declínio nas matrículas e, consequentemente, no fechamento de unidades.

O conhecimento que outrora era considerado essencial, como o domínio de softwares de escritório (Word, Excel, PowerPoint), assim como a fluência em outros idiomas, há algum tempo se tornaram obsoletos, posto que a IA é capaz de realizar essas tarefas em questão de segundos.

Professores veem suas aulas gravadas e catalogadas, enquanto o comércio, que depende de uma população economicamente ativa e educada, igualmente sofre as consequências do desemprego em massa.

O impacto nas comunidades locais é ao mesmo tempo visível. Bairros que antes prosperavam graças à presença de universidades e escolas estão experimentando uma decadência gradual. Pequenos negócios que dependiam do fluxo de estudantes e profissionais estão fechando as portas, afetando diretamente a qualidade de vida das pessoas.

O papel dos líderes na Revolução 4.0

A analogia com a revolução industrial é inevitável. Assim como a produção em série transformou sociedades, a revolução tecnológica atual tem o potencial de criar uma classe de desempregados. A diferença é que, enquanto a primeira revolução industrial gerou empregos em fábricas e tornou mais rápida a produção de bens de consumo, a chamada Revolução 4.0 pode eliminar empregos em massa sem criar substitutos imediatos.

A Revolução 4.0 é caracterizada pela integração de tecnologias avançadas que estão transformando a maneira como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Destacam-se a inteligência artificial, a Internet das Coisas (IoT), a robótica, a realidade aumentada e virtual, a impressão 3D (manufatura aditiva) e a computação em nuvem.

Esta revolução se distingue pelas inovações tecnológicas que estão possibilitando a automação avançada, a personalização em massa de produtos e a criação de novos modelos de negócios. A Revolução 4.0 está moldando uma sociedade mais conectada e inteligente, onde as fronteiras entre o mundo físico, digital e biológico estão cada vez mais integradas.

Entretanto, este cenário tem seu lado negativo, visto o aumento da disparidade entre a elite tecnológica e a base operacional. Enquanto a cada dia surge um número crescente de milionários do setor de tecnologia, a maioria dos profissionais operacionais, com pouco conhecimento técnico, é literalmente excluída do mercado de trabalho.

Diante deste cenário, CEOs e diretores de empresas têm um papel fundamental na construção do futuro do trabalho. As decisões que tomarem hoje definirão se suas organizações e a sociedade irão prosperar ou sucumbir às pressões da tecnologia.

A responsabilidade vai além de adotar novas ferramentas; é crucial investir em requalificação profissional, promovendo a aprendizagem contínua e a adaptação às novas exigências do mercado.

Sabidamente, líderes visionários devem se comprometer com a educação e a formação de seus funcionários. Programas de requalificação e desenvolvimento contínuo são essenciais para garantir que os profissionais possam se adaptar às novas tecnologias e continuar sendo relevantes.

Da mesma maneira, a criação de parcerias com instituições educacionais para desenvolver currículos alinhados com as necessidades do futuro pode ser uma estratégia eficaz.

Questões éticas

Perante todos os aspectos já abordados, é imperativo fomentar um diálogo aberto sobre as implicações éticas da tecnologia. O desenvolvimento de políticas públicas que protejam os trabalhadores e incentivem a inovação responsável será um diferencial competitivo no longo prazo.

Inevitavelmente, as empresas que estão à frente dessa transição com uma visão humanista e estratégica estarão mais bem posicionadas para enfrentar os desafios que virão pela frente.

Os líderes empresariais também precisam se envolver ativamente na formulação de políticas públicas. A colaboração entre o setor privado e o governo é vital para desenvolver um ambiente regulatório que promova a inovação enquanto protege os trabalhadores.

Políticas que incentivem a criação de novos empregos e a proteção social para aqueles afetados pela automação são essenciais para uma transição equilibrada.

Capital humano

Apesar do avanço tecnológico, o valor do capital humano não pode ser subestimado. A criatividade, a empatia e a capacidade de resolver problemas complexos são atributos que a IA ainda não pode replicar completamente. Empresas que valorizam e investem nessas características humanas sempre estarão em vantagem.

Por outro lado, a era da IA oferece oportunidades sem precedentes para aqueles que estão dispostos a inovar e se adaptar. Empregos que exigem habilidades humanas únicas, como liderança, negociação e criatividade, continuarão a ser vitais. O sucesso nessa transição virá de capacidade de combinar as habilidades humanas com o uso estratégico da tecnologia. Empresas e gestores que encararem a tecnologia não como uma ameaça, mas como uma oportunidade de reinventar-se e criar um futuro mais próspero, certamente vão inspirar e guiar suas equipes para o sucesso.


Juarez Loures
Partner na Unidade de Negócio Solution Flow, da RZ3

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Auditoria Preventiva, uma nova era nas empresas

Em um cenário empresarial cada vez mais dinâmico e competitivo, a necessidade de auditorias precisas e eficazes nunca foi tão fundamental para o sucesso nos negócios.

No entanto, o custo elevado e a exposição pública associada às auditorias independentes tradicionais têm levado muitas companhias a buscar alternativas mais viáveis e economicamente vantajosas.

A partir de uma abordagem inovadora e acessível, abriram-se as portas para a auditoria preditiva, reconhecida por seu grande potencial para equilibrar precisão, economia e proatividade, sem comprometer a integridade e a confidencialidade na empresa.

Auditorias independentes tradicionais são conhecidas por sua meticulosidade e exatidão. No entanto, essa precisão vem com um preço alto, muitas vezes proibitivo para pequenas e médias empresas.

Além do impacto financeiro direto, essas auditorias exigem a publicação de relatórios detalhados e demonstrações contábeis em jornais e outras plataformas públicas, expondo a companhia a riscos reputacionais e financeiros adicionais.

Por outro lado, é possível encontrar soluções que mitigam os desafios financeiros e de exposição pública, por meio de um modelo de prestação de serviços de auditoria mais condizente com a necessidade do cliente. Nossa proposta oferece essa alternativa, que mantém altos padrões de precisão e integridade, mas com um custo significativamente reduzido.

Trata-se da auditoria preventiva, ferramenta essencial para identificar e abrandar riscos antes que eles se tornem problemas significativos.

Diferentemente da auditoria tradicional, que muitas vezes ocorre após o fechamento dos exercícios, a preventiva atua de forma proativa, avaliando processos e controles internos em tempo real. Com isso, o gestor consegue se antecipar a possíveis falhas, corrigir desvios e garantir a conformidade com normas e regulamentos.

Da mesma maneira, a avaliação de processos e controles internos é fundamental para a eficiência operacional e a consonância regulatória.

A auditoria preventiva identifica pontos de melhoria, otimiza processos e assegura que os controles internos estejam funcionando corretamente. Na prática, também aumenta a confiança dos investidores e stakeholders na gestão da empresa.

Demonstrações contábeis

A preparação e análise dos balanços e das demonstrações de resultados do exercício são etapas fundamentais para assegurar a exatidão das informações financeiras de uma empresa.

Durante esses processos, são revisados e verificados todos os dados financeiros, garantindo que sejam apresentados e reflitam a realidade econômica da organização.

Na auditoria preventiva, dedicamos um tempo específico para analisar tanto os dados individuais quanto os consolidados, assegurando que todas as transações estejam corretamente registradas e refletidas nas demonstrações contábeis.

Um balanço cuidadosamente elaborado é fundamental para decisões estratégicas mais exatas e seguras. Ao fornecer uma visão global, porém detalhada, da saúde financeira da empresa, permite-se que os gestores identifiquem oportunidades e riscos, otimizem recursos e planejem ações futuras com maior confiança e eficácia.

Materialidade e avaliação de riscos

A definição de materialidade é um dos primeiros passos na auditoria preventiva, visto que ela estabelece critérios que guiam os testes e determinam os limites de significância para as apreciações. Com isso, garante-se que os esforços da auditoria sejam focados nas áreas que realmente importam, permitindo uma análise mais eficiente.

A avaliação de riscos é igualmente crucial, pois identifica e pondera os riscos relevantes que podem impactar as demonstrações contábeis. Isso permite que a auditoria seja direcionada para as áreas de maior risco, levando a um foco adequado e um exame mais aprofundado dos pontos críticos.

Testes

Na auditoria preventiva, realizamos testes por assertivas, que são fundamentais para validar a precisão das demonstrações contábeis. Baseados na avaliação de riscos, esses testes verificam se as assertivas da empresa estão corretas e são confiáveis.

Igualmente, os testes de detalhe substantivo são uma etapa aprofundada, onde são realizadas verificações detalhadas para garantir a exatidão e a integridade das informações financeiras.

Esses testes são essenciais para identificar quaisquer discrepâncias ou inconsistências, proporcionando uma visão clara e precisa das finanças da empresa.

Revisão final

Também conhecida como tie out, a revisão final é a última etapa da auditoria preventiva, onde repassamos todas as informações das demonstrações contábeis para garantir que estejam corretas e completas.

Este processo minucioso é fundamental para assegurar a precisão das demonstrações estatutárias e de reporte, evitando erros que possam comprometer a confiança dos investidores e a conformidade regulatória.

Baseando-se no que já foi comentado neste artigo, a auditoria preventiva traz consigo uma série de benefícios de ordem econômica, a saber:

Redução de custos diretos. Ao adotar nossa abordagem, as empresas podem economizar significativamente nos custos diretos de auditoria. Nossa metodologia eficiente permite oferecer serviços de alta qualidade a um preço mais razoável, sem comprometer a exatidão ou a abrangência da auditoria.

Eliminação da obrigação de publicação. Uma das vantagens mais significativas das Auditorias Preventivas é a eliminação da necessidade de publicar relatórios em jornais ou outros meios públicos de comunicação. Isso não apenas reduz os custos associados a este processo, mas também minimiza a exposição da empresa a riscos reputacionais.

Menor exposição pública. Ao optar por nossa solução, as empresas podem evitar a exposição pública desnecessária de suas informações financeiras. Isso é particularmente benéfico para empresas que operam em mercados altamente competitivos, onde a confidencialidade pode ser um diferencial estratégico importante.

Controle sobre a divulgação de informações. Com nossa abordagem, a empresa mantém um controle maior sobre a divulgação de suas informações financeiras. Isso permite uma gestão mais estratégica e cuidadosa dos dados sensíveis, protegendo a marca e fortalecendo a confiança dos stakeholders.

Portanto, a evolução das práticas de auditoria é essencial para acompanhar as demandas e os desafios corporativos. Nossa proposta representa um avanço significativo, oferecendo uma solução que combina eficiência, economia, proatividade e confidencialidade. Além, é claro, há uma evidente proteção de reputações e fortalecimento de posições em um mercado cada vez mais competitivo para todos.


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A Nova Era dos Fundos de Investimento no Brasil

Com a introdução da Instrução CVM 175, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) não apenas modernizou a regulamentação dos fundos de investimento no Brasil, mas também deu um passo decisivo rumo à popularização das operações financeiras estruturadas. Essa mudança é reflexo de uma visão estratégica de democratização do mercado de capitais, tornando-o mais acessível e atrativo para uma base ampla de investidores.

A ICVM 175 trouxe importantes aprimoramentos nos processos de transparência e governança dos fundos de investimento. Entre as alterações, destacam-se a exigência de maior detalhamento nas informações divulgadas aos investidores e o reforço nas práticas de governança.

A CVM entende que a confiança é a moeda mais valiosa no mercado de capitais. Ao exigir práticas mais rigorosas de transparência, a autarquia busca garantir que investidores se sintam seguros e bem-informados, essencialmente criando um ambiente onde o risco é mais gerenciável e as oportunidades mais claras.

Além disso, a flexibilidade introduzida pela ICVM 175 é um claro convite à inovação. Fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) e outros produtos financeiros agora têm uma moldura regulatória que permite maior criatividade e personalização.

A possibilidade de os gestores utilizarem diferentes estratégias de investimento e a simplificação de processos burocráticos são exemplos concretos de como a regulamentação está incentivando a inovação no mercado.

A educação e divulgação dessas mudanças têm sido prioridades para a CVM. Membros seniores da autarquia têm participado ativamente de eventos e palestras, desmistificando as novas regras e destacando as oportunidades emergentes.

Em um recente seminário organizado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), José Carlos Doherty, CEO da entidade, destacou a importância da educação financeira contínua. “A participação ativa da CVM em eventos educacionais demonstra um compromisso real com a transparência e a educação financeira. Isso é essencial para atrair novos investidores e fomentar a confiança no mercado.”

A parceria da CVM com entidades como a Anbima reforça essa abordagem inclusiva. A ICVM 175 é resultado de um processo colaborativo, que envolveu consultas públicas e a participação de diversos atores do mercado.

Essa sinergia é essencial para que as reformas realmente ganhem tração e cumpram seu potencial transformador. A Anbima, por exemplo, tem sido fundamental na disseminação das novas regras e na preparação dos participantes do mercado para as mudanças.

Além disso, players importantes do mercado de capitais, como gestoras de fundos e bancos de investimento, mostraram otimismo com as novas diretrizes. Em um recente relatório, o Itaú BBA destacou que a ICVM 175 “proporciona um ambiente regulatório mais claro e eficiente, facilitando a captação de recursos e o desenvolvimento de novos produtos financeiros.”

Em resumo, a ICVM 175 não é apenas uma reforma regulatória. É uma declaração de intenções sobre o futuro do mercado de capitais no Brasil. Um futuro no qual a inovação, a transparência e a confiança formam a base de um mercado mais dinâmico e acessível.

A CVM, em conjunto com a Anbima e outros players importantes, está pavimentando o caminho para uma nova era no mercado financeiro brasileiro, onde investidores de todos os perfis podem encontrar oportunidades e segurança.


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Revolução tecnológica no varejo redefine futuro das relações de consumo

O varejo tem experimentado uma transformação profunda nas últimas décadas, fortemente impulsionada pela evolução tecnológica. Essa mudança não só redefiniu a maneira como os consumidores interagem com as marcas, mas também revolucionou as operações internas dos varejistas.

A adoção de novas tecnologias tem sido fundamental para otimizar a eficiência, melhorar a experiência do cliente e, em última análise, aumentar a competitividade no mercado global.

Uma das principais mudanças no setor de varejo foi a digitalização das operações. A introdução de sistemas de gestão de estoques automatizados, por exemplo, permitiu aos varejistas acompanhar os níveis de inventário em tempo real, reduzindo significativamente os custos associados ao excesso de estoque ou a rupturas de produtos.

Um caso exemplar é o da Amazon, que utiliza algoritmos avançados e robótica em seus centros de distribuição para agilizar o processamento de pedidos e garantir a entrega rápida. Essa eficiência operacional não só melhora a satisfação do cliente, mas também permite que a empresa opere com margens de lucro mais altas.

Além da gestão de estoques, a tecnologia tem transformado a experiência de compra. O advento do comércio eletrônico abriu novas possibilidades para os consumidores, que agora podem adquirir produtos de qualquer lugar, a qualquer hora.

Plataformas como Shopee, Alibaba, Shein e Mercado Livre expandiram o acesso ao varejo para milhões de pessoas, democratizando o consumo e oferecendo uma gama de produtos antes inacessíveis.

Além disso, a integração de tecnologias como a realidade aumentada (AR) e a realidade virtual (VR) nas plataformas de e-commerce está proporcionando aos clientes uma experiência de compra mais imersiva e informada.

A sueca Ikea, por exemplo, utiliza AR em seu aplicativo para permitir que os clientes visualizem como os móveis ficariam em seus próprios espaços antes de realizar a compra, aumentando a confiança e a satisfação do consumidor.

A personalização é outra área em que a tecnologia tem desempenhado um papel crucial. Com o uso de big data e inteligência artificial, os varejistas podem agora oferecer recomendações de produtos personalizadas com base no histórico de compras e no comportamento de navegação dos clientes.

Um exemplo notável é o da Netflix, que, embora não seja uma varejista tradicional, utiliza algoritmos de recomendação para personalizar a experiência do usuário de forma exemplar. No varejo, empresas como a Amazon e a Sephora aplicam técnicas semelhantes para sugerir produtos que os clientes provavelmente gostarão, aumentando as chances de venda e melhorando a experiência do usuário.

A evolução tecnológica também trouxe consigo desafios e considerações éticas. A coleta e o uso de dados pessoais levantam questões sobre privacidade e segurança. Os varejistas devem garantir que os dados dos clientes sejam protegidos contra violações e usados de maneira transparente e ética.

Além disso, a automação e a inteligência artificial têm o potencial de substituir empregos tradicionais no setor de varejo, o que requer uma abordagem equilibrada para assegurar que a adoção tecnológica não resulte em desemprego em massa.

Lojas inteligentes

A integração de tecnologias emergentes no setor de varejo também está abrindo novas frentes de inovação e redefinindo o conceito de loja física. O advento das lojas inteligentes, equipadas com sensores IoT (Internet das Coisas) e câmeras inteligentes, está transformando a maneira como os varejistas gerenciam seus espaços físicos e interagem com os clientes.

Um exemplo notável é a Amazon Go, que utiliza tecnologia de visão computacional, sensores e inteligência artificial para criar uma experiência de compra sem caixas. Os clientes simplesmente pegam os produtos das prateleiras e saem da loja, enquanto o sistema automaticamente registra e cobra os itens comprados.

Este modelo não apenas elimina a necessidade de filas, mas também oferece insights valiosos sobre o comportamento do cliente em tempo real. A Apple já utiliza, em algumas de suas lojas, essa inovação, com o mesmo sucesso.

Além disso, a tecnologia blockchain está começando a ganhar terreno no varejo, especialmente em termos de rastreabilidade e transparência na cadeia de suprimentos. Com o aumento da demanda por produtos éticos e sustentáveis, os consumidores estão cada vez mais interessados em saber a origem dos produtos que compram.

O blockchain oferece uma solução para essa demanda, permitindo o rastreio de cada etapa do processo de produção e distribuição. Gigantes como Walmart e Carrefour já estão experimentando o uso dessa tecnologia para rastrear alimentos frescos, garantindo a qualidade e a segurança dos produtos.

A inteligência artificial (IA) e o machine learning (ML) também estão sendo aplicados para melhorar a tomada de decisões estratégicas no varejo. Desde a previsão de demanda até o planejamento de sortimento, essas tecnologias estão ajudando os varejistas a antecipar tendências de mercado e responder rapidamente às mudanças nas preferências dos consumidores.

A rede de lojas de roupa Zara, por exemplo, utiliza algoritmos de IA para analisar dados de vendas e feedback dos clientes, ajustando rapidamente sua linha de produtos para atender às tendências emergentes. Essa abordagem ágil permite que a empresa mantenha um estoque sempre atualizado e alinhado com as demandas do mercado.

No campo da logística, a automação e a robótica estão revolucionando os centros de distribuição e a entrega de produtos. O uso de veículos autônomos e drones para entregas rápidas está se tornando uma realidade, a exemplo de empresas como a JD.com, na China, que está liderando este caminho. A automação aumenta a eficiência, reduz custos e melhora a precisão nas entregas, proporcionando uma vantagem competitiva significativa.

No início de junho deste ano, o Mercado Livre começou a ampliar, aqui no Brasil, sua frota de robôs autônomos que operam no centro de distribuição em Cajamar, São Paulo, com foco em agilizar a coleta de produtos.

Desenvolvidos com a chinesa Quicktron, os robôs (AMR) transportam estantes até os funcionários, reduzindo o tempo de processamento dos pedidos em 20% e a distância percorrida pelos colaboradores em 70%. Cada máquina tem capacidade para carregar 600 quilos e autonomia de até oito horas, aumentando a eficiência e a capacidade de armazenamento em até 15%.

Excluídos digitais

Na outra ponta desse quebra-cabeça, a inclusão digital aparece como uma questão fundamental para o sucesso deste novo varejo. Embora a tecnologia tenha o potencial de melhorar a experiência de compra para muitos, há uma parte significativa da população que pode ser excluída devido à falta de acesso a dispositivos digitais ou à Internet.

Portanto, os varejistas devem considerar estratégias para garantir que seus serviços sejam acessíveis a todos os segmentos da sociedade, evitando aumentar a desigualdade.

O papel da tecnologia no varejo também se estende à sustentabilidade. Existem soluções que podem ajudar os varejistas a reduzir sua pegada de carbono e promover práticas mais ecológicas.

A otimização das rotas de entrega com o uso de algoritmos de IA certamente reduzirá o consumo de combustível e as emissões de CO2. A análise de dados pode identificar oportunidades para reduzir o desperdício de materiais e melhorar a eficiência energética nas lojas e centros de distribuição.

Marketing e comunicação

A evolução tecnológica no varejo também está influenciando significativamente o marketing e a comunicação com os consumidores. Ferramentas de marketing digital, como publicidade direcionada e campanhas nas redes sociais, permitem que os varejistas alcancem seus públicos-alvo de maneira mais eficaz e personalizada.

Plataformas como Facebook, Instagram e TikTok tornaram-se fundamentais para a criação de campanhas de marketing interativas e envolventes. Marcas como Nike, Adidas, Puma, Boticário e Sephora utilizam influenciadores digitais para promover seus produtos, criando uma conexão mais autêntica e direta com os consumidores.

A análise de dados, ou data analytics, é outro componente crucial nesta transformação. Ao coletar e analisar grandes volumes de dados sobre o comportamento do consumidor, os varejistas podem obter insights valiosos que informam suas estratégias de marketing e vendas.

A rede de lojas norte-americanas Target, por exemplo, usa data analytics para prever as necessidades dos clientes e personalizar suas ofertas. Isso não só aumenta a eficácia das campanhas de marketing, mas também melhora a experiência do cliente, oferecendo produtos e promoções que são verdadeiramente relevantes.

Diversas tecnologias

Experiência de compra unificada e contínua e tendência crescente, o omnichannel integra lojas físicas, virtuais e compradores, sendo uma conexão da tecnologia no varejo, seja por um aplicativo móvel ou em uma loja física.

A rede norte-americana de cafeterias Starbucks é um exemplo notável de sucesso da utilização do omnichannel, com seu app que permite aos clientes encomendar e pagar por seus pedidos antes de chegarem à loja, acumulando pontos de fidelidade que podem ser resgatados em futuras compras. Esta abordagem também incentiva a lealdade à marca.

A tecnologia também está impulsionando inovações no atendimento ao cliente. Chatbots e assistentes virtuais (brand persona), alimentados por inteligência artificial, estão se tornando comuns nos sites de varejo.

Além de ganhar personalidade e milhares de seguidores nas redes sociais, esses assistentes atraem uma gama de clientes fiéis, como Lu (Magalu), Nat (Natura), Uli U. (Ultragaz), Vivi (Vivo), Rê (Rexona) e o Baianinho (Casas Bahia).

Essas “personalidades” fornecem atendimento ao cliente 24/7, respondendo a perguntas frequentes, ajudando na navegação do site e até mesmo processando pedidos. A multinacional sueca de moda H&M, por exemplo, utiliza um chatbot em seu site para auxiliar os clientes a encontrar produtos e resolver problemas, melhorando a eficiência do atendimento e aumentando a satisfação do cliente.

O pacote tecnológico por trás de cada venda também pode ser composto por realidade aumentada (AR) e realidade virtual (VR) estão criando possibilidades para o envolvimento do cliente.

Além do exemplo da Ikea, outras empresas de moda e beleza estão adotando essas tecnologias para permitir que os consumidores experimentem virtualmente roupas e maquiagens.

A Sephora já oferece um recurso de “Virtual Artist” em seu aplicativo, o qual permite testar virtualmente diferentes produtos de maquiagem usando a câmera de smartphones. Esse processo não só torna a experiência de compra mais divertida e interativa, mas também reduz a taxa de devoluções, já que os clientes têm uma melhor ideia de como os produtos vão ficar após a aplicação.

Além disso, a tecnologia está permitindo que os varejistas adotem práticas mais sustentáveis e éticas. A análise de dados pode identificar padrões de desperdício e ineficiências na cadeia de suprimentos, admitindo que as empresas façam ajustes para reduzir seu impacto ambiental.

Startups como a Everlane estão liderando o caminho com o conceito de “transparência radical”, em que cada etapa do processo de produção é detalhadamente compartilhada com os consumidores, desde os custos de fabricação até os impactos ambientais. Essa transparência não só fortalece a confiança do consumidor, mas também pressiona a indústria a adotar práticas mais sustentáveis.

Por fim, a evolução tecnológica está também democratizando o acesso ao varejo. Plataformas de comércio eletrônico estão possibilitando que pequenos empresários e artesãos alcancem um público global, algo que seria impensável há algumas décadas.

Marketplaces como Etsy e Shopify fornecem a infraestrutura necessária para que qualquer pessoa possa abrir sua própria loja online e competir em um mercado global. Isso não só estimula a economia, mas também diversifica as opções disponíveis para os consumidores.

Em conclusão, a tecnologia está remodelando o varejo de maneira profunda e multifacetada, desde a gestão interna até a experiência do consumidor. A inovação tecnológica trouxe ao setor operações mais eficientes e personalizadas, com práticas mais sustentáveis e inclusivas.

No entanto, é essencial que essa transformação seja acompanhada de uma reflexão ética e responsável, garantindo que todos os stakeholders, desde os consumidores até os trabalhadores, se beneficiem das mudanças. Assim, o futuro do varejo será definido, nos próximos anos, pela capacidade de adaptação e inovação dos varejistas, mas também por sua habilidade de criar valor de maneira justa e sustentável. O contrário dessa perspectiva, portanto, não fará qualquer sentido lógico.


Juarez Loures
Partner na Unidade de Negócio Solution Flow, da RZ3

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O que é o Domicílio Judicial Eletrônico?

O “Domicílio Judicial Eletrônico”, foi desenvolvido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Federação Nacional de Bancos (Febraban), no âmbito do chamado: “Programa Justiça 4.0 – Inovação e Efetividade na Realização da Justiça para Todos”.

A solução/sistema que foi denominada “Domicílio Judicial Eletrônico”, surgiu da necessidade de criar um endereço judicial virtual para centralizar as comunicações processuais, citações e intimações às pessoas jurídicas e físicas de forma eletrônica, uma vez que o acesso a essas comunicações vinha se dando através dos Correios, Oficiais de Justiça e dos Diários Oficiais, maneira essa que se torna extremamente custosa e, de certa forma, dificulta na efetividade de um sistema mais célere.

O sistema foi desenvolvido ao longo do ano de 2022, de modo integrado ao serviço de Comunicações Processuais, para centralizar as comunicações processuais eletrônicas originadas de todos os tribunais via Application Programming Interface (API) e outros mecanismos de integração por meio de um sistema centralizador.

Dessa forma, a solução disponibiliza perfis que poderão ser ajustados à realidade de cada empresa e às variadas funções exigidas no acesso às comunicações processuais.

QUAL É O OBJETIVO DO SISTEMA?

O Domicílio Judicial Eletrônico tem como objetivo principal centralizar o cadastro de pessoas jurídicas e físicas em uma única plataforma. Seus usuários poderão consultar comunicações processuais expedidas de todos os tribunais brasileiros, o que trará grande valor para as instituições públicas e privadas que necessitam consultar as comunicações de seus processos de maneira mais ágil e unificada.

A QUEM SE DESTINA?

O cadastramento no Domicílio Judicial Eletrônico está disponível para todas as pessoas físicas e pessoas jurídicas que possuem registro na Receita Federal. Contudo, a Resolução n° 455/2022 prevê o cadastro obrigatório para alguns segmentos específicos.

O cadastro é obrigatório, sujeitando à multa por não cadastramento, para:

  1. a União, os estados, o Distrito Federal, os municípios, as entidades da administração indireta e as empresas públicas;
  2. empresas privadas de grande e médio porte.

O cadastro é opcional, não incide multa por não cadastramento, para:

  1. microempresas e empresas de pequeno porte que possuem endereço eletrônico cadastrado no sistema integrado da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim), nos termos previstos no § 5º do art. 246 do CPC/2015; e
  2. pessoas físicas. 

QUAL O PRAZO DE CADASTRAMENTO OBRIGATÓRIO?

O prazo para empresas realizarem o cadastro espontaneamente na plataforma vai até 30/05/2024, conforme quadro abaixo:

Público-alvoInício do cadastroTérmino do cadastro
Instituições financeiras16/02/202315/08/2023
Empresas privadas01/03/202430/05/2024
Instituições públicas01/07/202430/09/2024
Pessoas físicas (facultativo)01/10/2024

Expirado o prazo acima indicado, as empresas privadas terão seus cadastros realizados de forma compulsória pelo Governo Federal, e estarão sujeitas a multas e penalidades, conforme destacado no sítio do CNJ – Domicílio Judicial Eletrônico – Portal CNJ.

Todos os prazos processuais e condução de ações judiciais continuarão sob os cuidados de advogados devidamente constituídos pelas empresas para cada assunto tratado, porém a responsabilidade pelo acesso e conhecimento das comunicações judiciais (citações e intimações) passam a ser automáticas dirigidas às empresas após seu cadastro.

Tão logo as empresas tenham acesso às comunicações judiciais, deverão reporta-las aos seus advogados, para que estes adotem as providências legais cabíveis.

Surgindo quaisquer dúvidas sobre o “Domicílio Judicial Eletrônico”, tais quais: cadastro, acesso, periodicidade de consultas, entre outros; nos colocamos à disposição para orientar sua empresa no que for necessário.


Leonardo Janoni
Consultor Jurídico da RZ3

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O avanço da inteligência artificial e da automação de processos na gestão fiscal e tributária

Está em curso uma mudança sistêmica na abordagem das empresas em relação à gestão fiscal e tributária, impulsionada pela ascensão meteórica da inteligência artificial. A velocidade dessas transformações é tão estonteante, que está moldando uma nova mentalidade de “pensar o negócio”.

O que antes era dominado por processos manuais na realização de cálculos complexos, agora está sendo transformado pela automação e análise preditiva, ambas impulsionadas por algoritmos inteligentes. O papel crescente da IA nesse campo já se mostrou, em curto espaço de tempo, crucial para as organizações.

Antes de mergulharmos na função da IA, é fundamental entender os desafios que as companhias enfrentam na gestão fiscal e tributária, dada a evolução constante na dinâmica da criação e atualização das regulamentações, que muitas vezes se tornam mais complexas e abrangentes.

As empresas lidam com uma variedade de impostos, taxas e obrigações fiscais federais, estaduais e municipais, elevando significativamente a carga de trabalho dos departamentos contábeis, fiscais, jurídicos e de RH, desafiando também as estratégias operacionais e de negócios.

Para se ter uma ideia, a complexidade do sistema tributário brasileiro é uma questão central que recebe críticas frequentes. Com 27 leis estaduais apenas para o ICMS, a falta de unificação é evidente.

Desde 1988, foram promulgadas incríveis 363.779 normas tributárias, uma média de mais de 1,88 por hora útil. Esses números do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) ressaltam o desafio enfrentado pelos contribuintes e destacam a urgência de reformas para simplificar e tornar mais transparente o sistema.

Além disso, erros na conformidade fiscal podem acarretar penalidades substanciais e danos à reputação da empresa. Portanto, a precisão e a harmonia são essenciais, mas alcançá-las é um enorme desafio em meio à crescente complexidade do ambiente regulatório nacional.

Pois é aqui que entra a inteligência artificial, auxiliando os profissionais a desenvolver uma série de ferramentas e técnicas que abrem caminho para as empresas enfrentarem esses desafios de forma eficiente. De muitas maneiras, a IA está transformando a gestão fiscal e tributária.

Igualmente significativa é a automação de processos, com programas e rotinas repetitivas e cenários previstos. Em outras palavras, a inteligência humana encontrou na tecnologia um caminho para alcançar maior precisão e produtividade no trabalho.

Outra contribuição da tecnologia inclui ajudar na coleta de dados, classificação de transações, no preenchimento de formulários fiscais e em muitas outras metodologias. Ao eliminar essas tarefas manuais, liberam-se tempo e recursos para atividades mais estratégicas.

Escritos pela inteligência humana – e este fato nem sempre é ressaltado quando se pensa em IA –, os algoritmos analisam grandes volumes de dados históricos para identificar padrões e tendências, ajudando as empresas a ponderar e projetar cenários com maior exatidão. Além disso, conseguem detectar anomalias nos dados, indicando possíveis erros ou irregularidades e permitindo a correção de problemas antes que se tornem crises.

Com base em análises avançadas, especialistas podem realizar um trabalho consultivo de revisão fiscal, otimizando a estratégia tributária corporativa e identificando oportunidades para minimizar a carga fiscal dentro dos limites legais. Este procedimento envolve uma série de questões, como identificação de incentivos fiscais, avaliação de estruturas de negócios alternativas e otimização da alocação de recursos.

A tecnologia também tem sido usada para facilitar a conformidade fiscal, por meio de softwares de inteligência de processos, os quais têm a legislação fiscal embarcada, como os sistemas TAX One, TAX Analyser, Workflow e Checkpoint, desenvolvidos pela Thomson Reuters, parceira da RZ3.

Cada sistema possui uma função específica, mas é possível, através do Checkpoint, por exemplo, parametrizar rotinas específicas por cliente, para alertar as empresas sobre possíveis situações de não conformidade. Da mesma maneira, o portfólio Thomson Reuters simplifica processos de auditoria, fornecendo acesso instantâneo a dados e documentação relevantes e dando visibilidade gerencial e operacional para garantir o compliance fiscal.

O crescimento do uso da inteligência artificial e de ferramentas de automação de processos na gestão fiscal e tributária oferece uma série de benefícios tangíveis para as empresas, como a realização de operações de forma mais eficiente, reduzindo custos e liberando recursos para outras iniciativas.

A automação de processos e a inteligência artificial são duas tecnologias distintas, mas relacionadas entre si, que têm o potencial de transformar operações comerciais e industriais.

Portanto, com acesso a análises avançadas e insights preditivos, as empresas conseguem tomar decisões fiscais mais estruturadas e com maior visão estratégica, maximizando seu valor para os acionistas, incluindo a amortização dos riscos de erros e penalidades.

Apesar dos benefícios óbvios, o uso da IA na gestão fiscal e tributária também levanta uma série de desafios e considerações éticas. Por exemplo, enquanto a privacidade dos dados dos contribuintes deve ser protegida, os algoritmos precisam ser transparentes e não discriminatórios.

Além disso, a implementação bem-sucedida da IA requer expertise técnica e investimentos significativos em infraestrutura e treinamento. Portanto, as companhias precisam continuamente se preparar para superar esses desafios e aproveitar ao máximo o potencial da tecnologia na gestão fiscal e tributária.

Modelos de aplicações de IA incluem assistentes virtuais, carros autônomos, sistemas de recomendação em plataformas de streaming e detecção de fraudes em transações financeiras.

A inteligência artificial e a automação de processos estão redefinindo a maneira como as empresas abordam a gestão fiscal e tributária, oferecendo eficiência, precisão e ideias estratégicas sem precedentes. E isso faz uma enorme diferença em um país como o nosso, conhecido mundialmente como dono de uma das mais burocráticas estruturas fiscais. À medida que essas tecnologias continuarem a evoluir, certamente assumirão um papel de destaque no desenvolvimento de um ambiente de negócios cada vez mais dinâmico e juridicamente seguro e menos complicado e dispendioso.


Juarez Loures
Partner na Unidade de Negócio Solution Flow, da RZ3

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Um novo mindset para o empreendedor brasileiro

Tal qual o paciente atônito frente ao  seu diagnóstico, os riscos tributários  de uma empresa quase sempre já estão incubados no negócio e quanto antes eliminá-los, melhor.

Poucas enfermidades – dentre as muitas  decorrentes dos vícios mais comuns que permeiam o comportamento do empreendedor brasileiro -, dependem tanto de sua forma de pensar e agir quanto aquelas de natureza fiscal e tributária.

A eficácia das ações preventivas e corretivas também encontra paralelo na saúde humana, pois a automedicação pode agravar mais as coisas, quando tornar-se inevitável trazê-las  à tona, não raro diante de um polpudo auto de infração.

Dentre  os remédios caseiros mais antigos e populares para descaracterizar a constituição de um grupo econômico – com tributação e limite de faturamento compatíveis a tal condição -, encontra-se  a abertura de várias empresas pelo Simples Nacional, à medida que as entradas do negócio extrapolam o teto estabelecido pela Receita Federal para esse enquadramento.

No lugar desse nítido escamoteamento da realidade, a prática demonstra ser muito mais recomendável buscar-se a redução do volume de impostos e contribuições federais a pagar, por meio de uma terapia bem mais eficaz , mas nem sempre adotada de forma sistemática e rotineira:  o Planejamento Tributário.

Juntamente com este expediente, cuja essência consiste em examinar com lupa as possibilidades de recolher menos tributos dentro da lei, combinada a uma gestão mais eficaz do fluxo de caixa e à busca, igualmente constante, de somas a recuperar perante o fisco.

Estabelecido, enfim, esse jeito bem mais saudável e transparente de viver, chega o momento da manutenção, visando não apenas uma situação tributária menos arriscada e onerosa, até mesmo quando se opta pelas soluções corretas, em detrimento das mais fáceis.

Neste momento, cabe à auditoria dar sequência à ‘terapia’, pensando agora em melhorar a qualidade de vida da organização, posto que sua longevidade a mudança básica de mindset obtida na etapa anterior já costuma proporcionar.

O processo investigativo usado inicialmente para mapear riscos passa então a  revelar oportunidades e  propor melhorias, já que as relações com a contabilidade, auditores interno e externo e o próprio Poder Público, já se tranquilizaram, uma vez removidas da rota as nuvens mais carregadas. 

Uma pequena sigla tem papel fundamental nisso tudo: PPA – Procedimento Pré Acordado. Esse instrumento aprimora processos e controles,  e novamente  requer uma quebra de paradigma para grande parte dos empreendedores do nosso país.

É que muitos deles, infelizmente, têm medo do PPA, seja por falta de conhecimento, seja pela possibilidade que enxergam de  antecipar sua saída do Simples e, até mesmo, ‘trazer a Receita para dentro de casa’, ao despertar sua atenção 

Ora, o poder do fisco de fiscalizar e cruzar dados prescinde das constatações voluntárias  do contribuinte acerca dos seus eventuais erros.

Por último, e até mais importante: dar ouvidos a uma segunda opinião neste campo também pode salvar vidas, neste caso, vidas empresariais, sob a égide da compliance e boas práticas de gestão, métodos preventivos consagrados, segundo comprova  nossa prática diária.


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Experiência do Cliente: Ouvir e Respeitar

A área de Customer Experience (CX) da empresa está rumando para o seu segundo ano.
Conheça melhor este trabalho, no relato  de sua principal protagonista.”

Os mais de 30 anos de experiência acumulados por Rosangela Cipriano em ícones do mundo corporativo  como Editora Abril, Gazeta Mercantil, Banco Sudameris, PricewaterhouseCoopers e KPMG,  desde abril de 2023 estão a serviço dos clientes da RZ-3,  visando tornar a experiência deles  a melhor possível, em seu relacionamento diário com a empresa.

”Estamos concluindo a etapa de onboarding, ou seja, uma série de providências sistematizadas  para que eles sintam-se realmente acolhidos a partir do primeiro contato com  alguma das nossas seis Unidades de Negócios, do início à conclusão de cada novo job”, explica a profissional.

Na qualidade de quem participou dos primeiros passos do Serviço de Atendimento ao Consumidor no país, área com notável expansão a partir dos anos 1990, Rosangela se diz especialmente motivada por agora  também  vivenciar a mudança de patamar neste campo representada pela ascensão da Customer Experience (CX).

”As empresas estão começando a se preocupar de forma mais efetiva com algo que vá além do Sac e da própria ouvidoria, abordando portanto a jornada completa do cliente e a relação mantida com ele a cada estágio dessa caminhada”, assegura a especialista.

E os resultados a serem obtidos com a estruturação em curso da CX na RZ3 são promissores, pois a pesquisa mais recente realizada pela equipe de Rosangela, envolvendo cerca de 50 clientes, demonstrou elevado nível de satisfação, segundo a executiva.

Segredo para o sucesso? Bem, Rosangela não pestaneja ao responder: ”saber ouvir o cliente constitui a base de todo o trabalho realizado neste campo, e isso requer não economizar no emprego da empatia, seja qual for a circunstância”, conclui.

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As novas fronteiras da Guerra Fiscal

A recente aprovação pelo  Congresso Nacional do Projeto de Lei Nº 4173 tem tudo para reeditar,  desta vez  em escala internacional,  a tão conhecida Guerra Fiscal, forma  como se convencionou a chamar no Brasil  o êxodo de grandes indústrias rumo a unidades da federação com  menor cobrança de impostos como o ICMS, combinada à concessão de  outros incentivos fiscais. 

Com a transformação deste PL em Lei, vigendo já  a partir de janeiro próximo, investimentos no exterior destinados a offshores e fundos exclusivos serão tributados em 15%, independentemente dos seus rendimentos anuais,  permanecendo contudo isenta,  a variação cambial dos depósitos em conta-corrente; cartão de crédito ou débito fora do país.

Por meio dessas mudanças, o Ministério da Fazenda espera engordar  em R$ 20 bilhões a receita bruta do Imposto de Renda,  cuja meta perseguida também não esconde de ninguém: zerar o déficit das contas públicas. 

Vale lembrar, porém,  que a exemplo de todo remédio – até mesmo em se tratando dos mais  eficazes , o  que não parece ser  o caso desse, como tentarei mostrar aqui –  têm lá suas contra indicações,  e não haveria de ser diferente com a nova lei que acaba de sair do forno. 

A começar pelo  fato de  os  investidores e demais nichos de mercado afetados por ela corresponderem  ao alto da pirâmide contributiva,  justamente a fatia  com maior mobilidade e abundância de opções para evitar perdas, algo que fatalmente ocorrerá em profusão desta vez, por meio da abertura de empresas, não raro de fachada, para a remessa de valores que aqui  passariam ser tributados.

Argentina e França são exemplos emblemáticos disso, mediante circunstâncias parecidas, sendo que – .no caso dos nossos vizinhos – , famílias e aplicadores individuais mais abastados têm feito do Uruguai um autêntico paraíso fiscal, sem abrir mão sequer da carne e do vinho de qualidade, como já tinham em sua terra natal,quando acaba prevalecendo a rara  hipótese de realmente transferirem seus domicílios. 

Outra falácia do Projeto decorre justamente da possibilidade de algo assim se  repetir por aqui, o que deve diminuir de forma expressiva o montante a ser arrecadado pelo governo com essa nova tributação, à medida que engenharias operacionais criativas se desenvolvam, mesmo o anúncio tendo chegado, mais uma vez,  naquilo que poderíamos chamar de segundo tempo da prorrogação de mais um ano fiscal, desafio para qualquer planejamento tributário que mereça tal nome.

Em suma, o dinheiro novamente vai mudar de mãos e o tempo tende a comprovar que o PL recém-aprovado corresponde, ao invés de estancar uma perigosa hemorragia de divisas – conforme o discurso oficial alardeia –   significa   muito mais o mero  cumprimento de uma promessa eleitoral, com o mesmo viés político com o qual vira e mexe se cogita taxar no país a distribuição de lucros e dividendos para as empresas do Lucro Presumido, por exemplo.

Mas tudo bem, mesmo que essa válvula de escape largamente utilizada para complementar ou até mesmo substituir o Pró-Labore,  de forma legal e  bem menos onerosa, uma coisa parece certa. Embora menos pródigos na busca por alternativas de sobrevivência,  quanto o seleto contingente de investidores de Offshores e Fundos Exclusivos –  agora atingidos pelo PL cuja viabilidade no mundo real aqui se discute -, os negócios  pequenos e  médios.  em conjunto com suas consultorias contábeis e  fiscais,  já pensam –  e não de hoje –  como se manter viáveis, na iminência desse velho sonho de consumo do Tesouro   se consumar.


Luiz Costa
Coordenador Fiscal da RZ3