Foco claro no desempenho e na conformidade com as regras fiscal-tributárias e previdenciárias traduz fielmente a essência da contabilidade gerencial em empresas, entidades sem fins lucrativos e na administração pública. Embora esse conceito esteja se difundindo cada vez mais no Brasil, ainda há um longo caminho a percorrer para se atingir um patamar elevado nesse quesito.
Diferentemente da contabilidade financeira, que leva em consideração os dados históricos, baseando-se em todas as mutações ocorridas durante determinado exercício, incluindo a apresentação de relatórios, a contabilidade gerencial fundamenta-se na geração de informações financeiras para projetar um orçamento futuro. Os dados auxiliam a administração na tomada das melhores decisões relacionadas ao desempenho dos negócios. É usada principalmente para fins internos.
Trabalho não falta, afinal o Brasil “desfruta” de cerca de 320 mil normas tributárias, com surgimento de 46, em média, a cada dia útil, de acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). E certamente influem, de alguma forma, na vida de cada ente jurídico.
A contabilidade gerencial, no formato como a conhecemos, teria surgido após a Grande Depressão (Crise de 1929), mais precisamente depois da 2ª Guerra Mundial. Desde a segunda metade do século passado até hoje, o objetivo central dela é a utilização de informações contábeis mais detalhadas.
O principal objetivo da contabilidade gerencial é auxiliar a administração de uma empresa no desempenho eficiente de suas funções – planejar, organizar, dirigir e controlar. Alguns processos revelam como essa ciência é essencial – fornece e analisa dados; ajuda em discussões significativas, a atingir metas; e utiliza informações qualitativas.
Ao fornecer dados, a contabilidade gerencial serve como uma fonte vital para o planejamento dos negócios. Os dados históricos capturados mostram o crescimento do empreendimento, o que é útil para a previsão.
A partir da análise de dados contábeis, estes são apresentados de forma significativa, calculando índices e projetando tendências. Essas informações são então analisadas para o planejamento e a tomada de decisão. O gestor pode, por exemplo, categorizar a compra de diferentes itens por período, fornecedor e território.
Ao ajudar a estimular discussões significativas, a contabilidade gerencial pode ser usada como um meio de comunicar um curso de ação em toda a organização. Usada nos estágios iniciais, retrata a viabilidade organizacional e a consistência de vários segmentos de um plano. Mais adiante, aborda o andamento dos planos e os papéis das diferentes áreas para implementá-lo.
Da mesma forma, ajuda a atingir metas ao converter estratégias e objetivos organizacionais em parâmetros de negócios viáveis. Esses objetivos podem ser alcançados impondo o controle orçamentário e o custeio padrão, que são partes integrantes da contabilidade gerencial.
A contabilidade gerencial não se restringe a informações quantitativas para a tomada de decisões, mas também considera as informações qualitativas, que não podem ser mensuradas financeiramente, a exemplo de dados sobre ciclos da indústria, força de pesquisa e desenvolvimento.
A geração regular de informações financeiras, como custeio padrão e marginal, avaliação de projetos e contabilidade de controle, além da manutenção de registros livres de erros, são ferramentas de gestão usadas pela contabilidade gerencial para aumentar a eficiência e a produtividade nas organizações – aspectos quem fazem toda diferença para o sucesso do ente jurídico.